OFICINA DE MATEMÁTICA
“A matemática vista corretamente, possui não apenas verdade, mas também suprema beleza - uma beleza fria e austera, como a da escultura”.
Daniela Valadão
Mestres ou professores?
Paulo Coelho
Volto aqui a um dos meus personagens favoritos, o filósofo chinês Confúcio. Acredita-se que viveu entre 551-479 a.C. Algumas obras são atribuídas a ele, outras foram compiladas por seus discípulos. Em um destes textos, “Conversas Familiares”, existe um interessante diálogo a respeito do aprendizado:
Confúcio sentou-se para descansar, e logo os alunos começaram a fazer perguntas. Naquele dia, o Mestre estava bem disposto, resolveu responder.
- O senhor consegue explicar tudo o que sente. Por que não vai até o imperador e fala com ele?
- O imperador também faz belos discursos - disse Confúcio. – E belos discursos são apenas uma questão de técnica: eles não trazem em si a Virtude.
- Então envie o seu livro Poemas.
- Os trezentos poemas ali escritos podem ser resumidos numa só frase: pense corretamente. Este é o segredo.
- O que é pensar corretamente?
- É saber usar a mente e o coração, a disciplina e a emoção. Quando se deseja uma coisa, a vida nos guiará até lá, mas por caminhos que não esperamos. Muitas vezes nos deixamos confundir, porque estes caminhos nos surpreendem – e então achamos que estamos indo na direção errada. Por isso eu disse: deixe-se levar pela emoção, mas tenha a disciplina para seguir adiante.
- O senhor faz isso?
- Aos quinze anos, comecei a aprender. Aos trinta, passei a ter certeza do que desejava. Aos quarenta, as dúvidas voltaram. Aos cinqüenta anos, descobri que o Céu tem um projeto para mim e para cada homem sobre a face da Terra.
“Aos sessenta, compreendi este projeto e encontrei a tranqüilidade para segui-lo. Agora, aos setenta anos, posso escutar meu coração, sem que ele me faça sair do caminho.
- Então, o que o faz diferente dos outros homens que também aceitam a vontade do Céu?
- Eu procuro dividi-la com vocês. E quem consegue discutir uma verdade antiga com uma geração nova, deve usar sua capacidade de ensinar. Esta é a minha única qualidade: ser um bom professor.
- O que é um bom professor?
- É o que examina tudo o que ensina. As idéias antigas não podem escravizar o homem, porque com o tempo elas têm que se adaptar e ganhar novas formas. Então, tomemos a riqueza filosófica do passado, sem esquecer os desafios que o mundo presente nos propõe.
- E o que é um bom aluno?
- É aquele que escuta o que eu digo, adaptando meus ensinamentos à sua vida, mas nunca os seguindo ao pé da letra. É aquele que não procura um emprego, mas um trabalho que o dignifica. E por fim, é aquele que não busca ser notado, e sim fazer algo notável.
Provérbios de Confúcio
Para conhecer um homem: veja como ele age, descubra o que ele busca, examine o que o faz feliz.
Quem pergunta, é bobo por cinco minutos. Quem não pergunta, é bobo para sempre.
A Educação Matemática tem respondido às questões "O que ensinar?", "Por que ensinar?", "Como ensinar?". Seu papel é fornecer ferramentas para a construção do conhecimento futuro. E isto é feito a partir do domínio do conhecimento presente.
OFICINA DE MATEMÁTICA
A Oficina de Matemática tem como objetivo oferecer suporte à ação pedagógica do professor do Ensino Fundamental e desencadear situações que viabilizem a construção de conhecimentos a fim de que possam estabelecer novas compreensões e reflexões.
Objetivo é implementar o ensino da matemática de forma lúdica
Através dos jogos é possível trabalhar raciocínio lógico, tabuada, orientação espacial, composição de números, entre outros temas, quando se trabalha com jogos matemáticos, há uma aproximação da realidade do aluno. Criança gosta do lúdico e fica mais atraente ensinar por meio de jogos. O aluno vê um outro caminho que o faz aprender com mais prazer.
Ao ressaltarmos que o aluno vai usar a matemática por toda a vida, em várias situações, concluímos que quando o aluno aprende matemática de um modo prazeroso, fica mais seguro para tomar decisões, aprende a argumentar, pode prever resultados. E esta tendência lúdica deve aumentar no ensino da disciplina e os resultados poderão ser vistos dentro e fora da escola.
Artigo da Secretaria Estadual de Educação
"Ao ensinar matemática, fazêmo-lo (ou deveríamos fazê-lo) com um objetivo determinado. Isto exige a intencionalidade por parte do educador. E a visão geral do processo de ensino requer que o dominemos, tendo em vista, o sujeito que aprende, o conteúdo primeiro (conceitos já dominados pelo sujeito) e o conceito científico (aquele que se pretende sistematizar)."
"Dentre os muitos objetivos do ensino de Matemática, um certamente é consensual: ensinar a resolver problemas.(...) As discussões em torno da resolução de problemas são basicamente de dois níveis. Um deles se refere à possibilidade de se ensinar o conteúdo por meio da resolução de problemas, ou seja, pela estratégia de resolução de problemas podemos mostrar ao aluno como o conhecimento é construído. O outro diz respeito à possibilidade de desenvolver habilidades para solucionar problemas semelhantes ou de gerar estruturas para a solução de problemas futuros; a forma como isto pode ser feito também é objeto de estudo."
"Quando consideramos o jogo instrumento de ensino, também é possível classificá-lo em dois grandes blocos: o jogo desencadeador de aprendizagem e o jogo de aplicação. Quem vai diferenciar estes dois tipos de jogo não é o brinquedo, não é o jogo, e sim a forma como ele será utilizado em sala de aula. Para ser mais preciso: é a postura do professor, a dinâmica criada e o objetivo estabelecido para determinado jogo que vão colocá-los numa ou noutra classificação."
"Estes exemplos ilustram que é possível combinar jogo e resolução de problemas nas séries iniciais; porém, fazer isto é muito mais que uma simples atitude, é uma postura que deve ser assumida na condução do ensino. E assumi-la com vistas ao desenvolvimento de conceitos científicos exige um projeto de ensino, inserido no projeto coletivo da Escola. Fazer isto é dar um sentido humano ao jogo, à resolução de problemas e, sendo assim, à Educação Matemática."
Manoel Oriosvaldo de Moura
UTILIZANDO CURIOSIDADES E JOGOS MATEMÁTICOS EM SALA DE AULA
Este artigo enfatiza a importância dos jogos e desafios como metodologia de ensino nas aulas de Matemática que necessitam para poder jogá-los, da utilização de conhecimentos matemáticos. Enfatiza que os mesmos quando convenientemente preparados, é um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático.
Curiosidades e Jogos matemáticos como recurso didático
Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós, como educadores devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.
Os jogos, se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático. Referime àqueles que implicam conhecimentos matemáticos.
Vygotsky afirmava que através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera cognitivista, sendo livre para determinar suas próprias ações. Segundo ele, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os adolescentes gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através de jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido. Para isso, eles devem ser utilizados para sanar as lacunas que se produzem na atividade escolar diária. Neste sentido verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas.
São estes:
· o caráter lúdico
· o desenvolvimento de técnicas intelectuais
· a formação de relações sociais.
Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando, a aluno aprende, sobretudo, a conhecer e compreender o mundo social que o rodeia.
Os jogos são educativos, sendo assim, requerem um plano de ação que permita a aprendizagem de conceitos matemáticos e culturais de uma maneira geral. Já que os jogos em sala de aula são importantes, devemos ocupar um horário dentro de nosso planejamento, de modo a permitir que professor e alunos possam explorar todo o potencial dos jogos, processos de solução, registros e discussões sobre possíveis caminhos que poderão surgir.
Os jogos podem ser utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser escolhidos e preparados com cuidado para levar o estudante a adquirir conceitos matemáticos de importância.
Devemos utilizá-los não como instrumentos recreativos na aprendizagem, mas como facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios que os alunos apresentam em relação a alguns conteúdos matemáticos.
'' Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.''(Borin,1996,9)
Segundo Malba Tahan, 1968, ''para que os jogos produzam os efeitos desejados é preciso que sejam de certa forma, dirigidos pelos educadores''. Partindo do princípio que as crianças pensam de maneira diferente dos adultos e de que nosso objetivo não é ensiná-las a jogar, devemos acompanhar a maneira como as crianças jogam, sendo observadores atentos, interferindo para colocar questões interessantes (sem perturbar a dinâmica dos grupos) para, a partir disso, auxiliá-las a construir regras e a pensar de modo que elas entendam.
Moura, 1991, afirma que ''o jogo aproxima-se da Matemática via desenvolvimento de habilidades de resoluções de problemas''.
Devemos escolher jogos que estimulem a resolução de problemas, principalmente quando o conteúdo a ser estudado for abstrato, difícil e desvinculado da prática diária, não nos esquecendo de respeitar as condições de cada comunidade e o querer de cada aluno. Essas atividades não devem ser muito fáceis nem muito difíceis e ser testadas antes de sua aplicação, a fim de enriquecer as experiências através de propostas de novas atividades, propiciando mais de uma situação.
Os jogos trabalhados em sala de aula devem ter regras, esses são classificados em três tipos:
· jogos estratégicos, onde são trabalhadas as habilidades que compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam caminhos para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator sorte não interfere no resultado;
· jogos de treinamento, os quais são utilizados quando o professor percebe que alguns alunos precisam de reforço num determinado conteúdo e quer substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais, o que pode frustrar as idéias anteriormente colocadas;
· jogos geométricos, que têm como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar figuras geométricas, semelhança de figuras, ângulos e polígonos.
Os jogos com regras são importantes para o desenvolvimento do pensamento lógico, pois a aplicação sistemática das mesmas encaminha a deduções. São mais adequados para o desenvolvimento de habilidades de pensamento do que para o trabalho com algum conteúdo específico. As regras e os procedimentos devem ser apresentados aos jogadores antes da partida e preestabelecer os limites e possibilidades de ação de cada jogador. A responsabilidade de cumprir normas e zelar pelo seu cumprimento encoraja o desenvolvimento da iniciativa, da mente alerta e da confiança em dizer honestamente o que pensa.
Os jogos estão em correspondência direta com o pensamento matemático. Em ambos temos regras, instruções, operações, definições, deduções, desenvolvimento, utilização de normas e novos conhecimentos (resultados).
O trabalho com jogos matemáticos em sala de aula nos traz alguns benefícios:
· conseguimos detectar os alunos que estão com dificuldades reais;
· o aluno demonstra para seus colegas e professores se o assunto foi bem assimilado;
· existe uma competição entre os jogadores e os adversários, pois almejam vencer e para isso aperfeiçoam-se e ultrapassam seus limites;
· durante o desenrolar de um jogo, observamos que o aluno se torna mais crítico, alerta e confiante, expressando o que pensa, elaborando perguntas e tirando conclusões sem necessidade da interferência ou aprovação do professor;
· não existe o medo de errar, pois o erro é considerado um degrau necessário para se chegar a uma resposta correta;
· o aluno se empolga com o clima de uma aula diferente, o que faz com que aprenda sem perceber.
Mas devemos, também, ter alguns cuidados ao escolher os jogos a serem aplicados:
· não tornar o jogo algo obrigatório;
· escolher jogos em que o fator sorte não interfira nas jogadas, permitindo que vença aquele que descobrir as melhores estratégias;
· utilizar atividades que envolvam dois ou mais alunos, para oportunizar a interação social;
· estabelecer regras, que podem ou não ser modificadas no decorrer de uma rodada;
· trabalhar a frustração pela derrota na criança, no sentido de minimizá-la;
· estudar o jogo antes de aplicá-lo (o que só é possível, jogando).
Temos de formar a consciência de que os sujeitos, ao aprenderem, não o fazem como puros assimiladores de conhecimentos, mas sim que, nesse processo, existem determinados componentes internos que não podem deixar de ser ignorados pelos educadores.
Não é necessário ressaltar a grande importância da solução de problemas, pois vivemos em um mundo o qual cada vez mais, exige que as pessoas pensem, questionem e se arrisquem propondo soluções aos vários desafios os quais surgem no trabalho ou na vida cotidiana.
Para a aprendizagem é necessário que o aprendiz tenha um determinado nível de desenvolvimento. As situações de jogo são consideradas parte das atividades pedagógicas, justamente por serem elementos estimuladores do desenvolvimento. É esse raciocínio de que os sujeitos aprendem através dos jogos que nos leva a utilizá-los em sala de aula.
Muitos ouvimos falar e falamos em vincular teoria à prática, mas quase não o fazemos. Utilizar jogos como recurso didático é uma chance que temos de fazê-lo. Eles podem ser usados na classe como um prolongamento da prática habitual da aula. São recursos interessantes e eficientes, que auxiliam os alunos.
Entre os recursos didáticos citados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) destacam-se os ''jogos''. Segundo os PCN, volume 3, não existe um caminho único e melhor para o ensino da Matemática, no entanto, conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa sua prática.
''Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver''.(PCN, 1997,48-49)
Entendemos, portanto, que a aprendizagem deve acontecer de forma interessante e prazerosa e um recurso que possibilita isso são os jogos. Miguel de Guzmán, 1986, expressa muito bem o sentido que essa atividade tem na educação matemática: ''O interesse dos jogos na educação não é apenas divertir, mas sim extrair dessa atividade matérias suficientes para gerar um conhecimento, interessar e fazer com que os estudantes pensem com certa motivação''.
ATIVIDADE PRÁTICA
VARIEDADE DE JOGOS A SEREM DESENVOLVIDOS NESTA OFICINA
1)Bingo matemático (SND e operações) 2)Ganha o mais rápido (tabuada)
3)Jogo da velha diferente (rac. lóg.) 4)Cartela cheia vence (mult.)
5)Brincando com nº (jogo da memória) 6)Sacolinha de fatos (operações)
7)Baralho matemático (conj. Z) 8)Memória dos fatos (SND e oper.)
9)Jogo da Batalha (SND e operações) 10)Tabuleiro algébrico (Expressões algébricas)
11)Trilha (SND e oper.) 12)Jogo de cartas (multiplicação)
13)Cai-não-cai (SND e oper.) * 14)Dominó de frações (conj. Q)
Bibliografia:
BORIN,J.Jogos e resolução de problemas:uma estratégia para as aulas de matemática.São Paulo:IME-USP;1996.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasília:MEC/SEF,1997.
FERRERO,L.F.El juegoy la matemática.Madrid:La Muralla,1991.
GUZMÁN, M. de. Aventuras Matemáticas. Barcelona:Labor,1986.
MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino.São Paulo:USP,1991.
TAHAN, M. O homem que calculava. Rio de Janeiro:Record,1968.
Sites que podem contribuir em pesquisas
www.aprendebrasil.com.br www.jogos.antigos.nom.br
www.somatematica.com.br www.eduquenet.net
www.matematicahoje.com.br www.proex.ufpa.br
http://clubematematica.incubadora.fapesp.br
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
1º Momento – 08h00min às 08h30min
· Recepção e Dinâmica de grupo
· Apresentação da Oficina
2º Momento – 08h30min às 09h30min
· Leitura do Texto – Mestres ou professores? - Paulo Coelho
· Texto – Leitura e reflexão – Oficina de Matemática
3º Momento – 09h30min às 10h00min
· Apresentação dos meus jogos e estratégias pessoais
4º Momento – 10h30min às 12h00min
· Oficina prática - Confecção de jogos
· Socialização dos jogos confeccionados por cada professora
· Abertura para idéias e comentários
Olá Dani adoreiiii seu blog...bjusss Luciana
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